resolvi começar uma nova série para ajudar todas as pessoas que são mais “iniciadas” nestas coisas, em que vou mostrar as técnicas-base para todos os passos da maquilhagem. resolvi começar pelo princípio, pois claro… a base 🙂
quando estamos a escolher a base, há que ter em conta uma série de preferências:
Acabamento — mate, semi-mate, acetinado, luminoso
Fórmula — líquida, creme, em stick, BB Cream, hidratante com cor, pó compacto, pó mineral
Cobertura — quase nenhuma, leve, média, alta, muito alta
há alguns estereótipos acerca destas três características principais, mas hoje em dia as fórmulas já evoluíram tanto que não, uma base em stick não tem necessariamente alta cobertura e não é necessariamente para peles oleosas, e uma base líquida não tem necessariamente baixa cobertura nem é necessariamente ideal para peles secas… há bases luminosas oil-free, há bases espessas com imensa hidratação, e as bases em pó minerais, por exemplo, são das que melhor se adaptam a um grande número de tipos de pele e preferências diferentes… ora pois.
portanto, quando compram uma base, o ideal é saberem que tipo de pele têm, que tipo de acabamento e cobertura preferem e… levar amostras para casa. nas boas lojas de cosmética é só pedir um frasquinho com uma amostra e assim vocês podem ver, com uso continuado e não em 5 minutos no centro comercial, como é que a vossa pele reage à base, como é que a base se mantém na vossa pele, se oxida, se seca ou fica com poças de óleo, se se agarra às zonas secas, ou se têm algum tipo de alergia.
escolher a cor de uma base é uma coisa que parece elaborada, e muitas vezes saímos da loja todas orgulhosas para chegar à rua e perceber que estamos a usar uma máscara cor de laranja. a minha forma preferida de testar a cor de uma base é aplicar uma risca vertical na zona do maxilar e esbater um pouco, para ver se a cor bate certo com a cara e o pescoço (eu não gosto de aplicar base no pescoço, porque só gasta produto e suja colarinhos e tenho mais que fazer).
na minha opinião, as mãos e o antebraço são óptimos para ver texturas e acabamentos ou até cores de sombras, mas não para fazer teste de cor.
QUANTO À APLICAÇÃO
preparar a pele é essencial. se não hidratarmos a pele, é certinho e sabido que a base se vai agarrar às peles secas, a pele pode começar a “beber” a base para se hidratar, ou, se estiver desidratada e for oleosa, é certinho e sabido que vai começar a esguichar óleo ao fim de uma hora… portanto, aplicar o creme hidratante, óleo e/ou SPF e deixar a pele absorver os produtos durante 5 a 10 minutos é um truque muito útil — porque os cremes podem alterar a fórmula das bases, diluí-las — e, especialmente para quem tem pele oleosa, é importante absorver o que a pele não bebeu com um pedacinho de papel antes de aplicar a base.
usar primer é opcional, mas os primers ajudam a unificar a textura da pele (a base fica mais uniforme), criam uma película entre a pele e a base que evita que a pele a “coma”, e ajudam a estender a duração da base porque normalmente têm glicerina, que prende os pigmentos. além disso, há primers para todas as cores, descolorações e desaires da pele (como desidratação excessiva, pele muito avermelhada ou acinzentada e oleosidade), que aliviam o trabalho da base e evitam que se ponham camadas demasiado espessas de base.
as ferramentas podem ser tão simples como os dedos, mas há as esponjas (como a Beauty Blender), pincéis achatados (os clássicos) que dão maior cobertura, pincéis espessos que dão cobertura média a alta e esbatem bem a base na pele, e pincéis duo-fiber, para cobertura mais ligeira.
aplicar a base deve ser encarado como uma forma de uniformizar a tez e não de tapar todas as pequenas imperfeições. eu sei, especialmente quando se tem acne, que a tentação é barrarmo-nos com o máximo de base possível, mas essa, aprendi, é uma técnica errada, porque deixamos de ter acne para ter um casaco de pasta na cara. é para isso que serve o corrector, confiem.
devemos tentar que a nossa pele esteja exposta onde está saudável — ajuda a enganar os olhos de quem vê, porque vê pele e não base — e tenha um pouco mais de cobertura onde está menos bem, por isso deve começar por aplicar-se uma camada fina de base onde a pele está menos bem e esbater-se para fora dessa região. a maior parte das pessoas começa pelo centro da cara, onde tem vermelhidão, eu começo na zona dos maxilares, onde tenho mais problemas.
uma a duas camadas bem fininhas de base — a cobertura da base pode ser aumentada só até certo ponto antes de parecer pastosa — e bem esbatido.
eu gosto de usar pincéis densos com que esbato com “pancadinhas”, contra a pele, em vez de em movimentos circulares, porque eu tenho as tais zonas irregulares em que prefiro ter um bocadinho mais de cobertura. quem precisa de pouca cobertura pode usar movimentos circulares — atenção só se têm a pele seca, porque esses movimentos circulares insistentes podem levantar aqueles pedacinhos secos.
o corrector é o nosso melhor amigo. se só têm dinheiro para um, comprem um que seja da cor da base/vossa pele, e não vão nas conversas de “uns tons mais claros para iluminar” ou “uns tons mais escuros para esculpir”. isso é para quem já tem um correcto da cor da pele ;)) um corrector claro nas borbulhas só as torna mais visíveis. um corrector demasiado escuro debaixo dos olhos e não precisávamos de ter ficado uma noite sem dormir.
correctores como o Naked Skin da Urban Decay ou o Ultra HD da Make Up Forever (Sephora PT) são grandes multi-taskers.
tanto debaixo dos olhos como nas imperfeições, é o corrector que vai cobrir mais seriamente essas zonas.
se é só uma borbulhita pequena, apliquem um pouco de corrector com um pincel muito pequenino de eyeliner em cima dela. se têm uma zona maior com várias imperfeições, podem optar por um pincel mais denso e largo, que cubra uma zona maior. usem pancadinhas, não espalhem o corrector. no fim, devem sempre esbater a zona periférica do corrector, para que se dilua na base e só fique espesso onde precisa mesmo de estar.
*nota: se estiverem a usar bases em pó, devem começar pelo corrector
pó para fixar, já se sabe. um bocadinho de pó solto mantém a base no sítio mais tempo do que se não a houver. se tiverem zonas muito oleosas, podem insistir mais nelas. se ainda precisarem de mais uma camadinha de cobertura, podem usar uma base em pó compacto — mas têm mesmo de precisar. mais uma vez, não esfreguem o pó, apliquem-no com pancadinhas, para não desfazer o trabalho que tiveram com a base/corrector.
spray de fixação de maquilhagem é daqueles opcionais que eu também aconselho a espreitar. algo como o All Nighter da Urban Decay (Sephora PT). também contem ingredientes que fixam os pigmentos à pele e, além disso, uma pulverização suave faz com que aqueles pedacinhos de pó se diluam na pele e se tornem mais invisíveis a olho nu. para quem quer o visual “dewy” (super iluminado, pele brilhante quase-oleosa) e tem a pele muito seca e não se quer aproximar de pós, esta é uma alternativa. para todos os outros, é um passo extra que pode prolongar o tempo da base.