lembram-se do meu artigo sobre a Deciem e o seu fundador, Brandon Truaxe, em que eu disse que ou o homem era uma alma que conseguiu ascender vertiginosamente sem mácula ou um excelente aldrabão?
peguem nas agulhas, vamos fazer crochet…
ao que parece bastou-lhe uma semanita a fazer comunicação para mostrar os dentinhos de narcisista megalómano. virou todo o discurso para a sua pessoa, virando conversas de paz e amor numa guerra aberta irracional com os seus próprios clientes: tenho estado a assistir, de pipocas no colo, a ofensas a clientes nos comentários, a declarações em vídeo (Instagram) no mínimo assombrosas, e a textos naquela rede que tomaríamos como um comunicado, sim, invulgar e informal — quiçá excêntrico —, mas de uma decisão já tomada em privado e comunicada a quem de direito… que afinal são cartas de despedimento ou de fim de colaboração de que os colaboradores não tinham nenhum conhecimento prévio…
já vieram perguntar a Truaxe se se estava a sentir bem, dizer-lhe que provavelmente estava a ter um esgotamento nervoso, e as respostas foram ainda mais agressivas. começou a bloquear — não sem antes mandar uma boca torta — qualquer pessoa que, mesmo com o tom mais doce e preocupado, questionasse o que se estava a passar.
agora veio atacar Caroline Hirons (COMO ASSIM?!) depois de ela, num vídeo, ter dito da forma mais educada e ponderada possível, que achava que as acções de Brandon estavam a ser algo extremadas mas que, do contacto que tinha tido com ele, nunca o sentira como uma má pessoa — o que, já agora, fez com que muita gente que estava indecisa acerca de voltar a comprar coisas da marca, decidisse dar-lhes uma segunda oportunidade. Diz ele: “(…)despite so much love that I have shown you since our beginnings, you have never loved me unconditionally (…)” say what?!
segundo Truaxe, ou só dizem bem dele (e da marca), ou vão dar banho ao cão. “I love you. The ones who love me, that is” — é sempre o sentido da mensagem que vai passando, sob várias iterações, num estranho disco riscado sobre “amor incondicional”… cheira vagamente a líder de seita religiosa, estão a ver a cena…?
agora sabe-se que, entre outras atitudes de pequeno ditador, foram despedidos vários C.E.O.s da empresa.
vá ver: eu acredito piamente que uma boa percentagem de manda-chuvas em QUALQUER indústria são todos uns otários que já se esqueceram, pelo menos, do que é a empatia e trabalhar para ganhar a vida. acredito que, na história escondida de qualquer indústria, haja relatos de abuso de poder execráveis.
Truaxe só está a fazer tudo às claras, provavelmente resultado de um distúrbio de personalidade que, adicionado à posição de poder quase absoluto em que o senhor se encontra, cria este lindo espectáculo. quase parece estar a puxar a corda só para ver até onde a consegue levar. em defesa dele, está a levar a transparência a sério.
muita gente está a saltar do barco Deciem, mas vai ser complicado encontrar alternativas a alguns dos produtos-estrela da The Ordinary e outros revolucionários da Deciem. creio que quase impossível, em termos de preços comparativos à T.O. — e espanta-me que outras marcas não estejam a lançar-se-lhes à jugular, usando os mesmos princípios. se calhar foram só espertos e ficaram a ver se ardia, ardeu, e assim não têm de cortar nas margens de lucro.
mas parece que chegou a altura de pôr a bata de nerd das cosméticas e começar a pesquisar. agh… tinha de acontecer isto com a marca que tem os retinóis eficientes e baratos?! porquê?!!?
isto parece o princípio do fim para a Deciem. mas todos nós sabemos que má publicidade é publicidade na mesma… tenho cá para mim que isto é um “to be continued”.