No ano passado não me pus a fazer pão de massa mãe, nem cheguei a fazer espargatas, e a maquilhagem também não me puxou para viagens criativas e artísticas como os miúdos e as suas aguarelas, com muita pena minha.
No entanto, ainda brinquei e descobri umas coisas giras, que acabaram por se tornar essenciais.
Cá estão.
No que toca a bases, lamento informar que, apesar de ter experimentado umas coisas, nada mereceu o estatuto de favorito do ano. Por outro lado, descontinuaram-me duas das bases de que mais gosto, e nem um ano depois de entrarem na minha vida (achava eu que para sempre): a Lifeproof da CYO esfumou-se no éter com a marca, a sua dupla, a Kick Ass da Soap and Glory foi eliminada da linha, e a Healthy Foundation da Physician’s Formula está de saída, sobrando poucas cores aqui (com um bocado de sorte para ser substituída por uma mistela com cheiro a coco falso).
Surpreendentemente, eu que não sou muito destas coisas, descobri uma combinação infalível de primer e spray fixador: o Milk Hydro Grip Primer agarra mesmo qualquer base sem alterações de textura nem esfarelar, e o Mist and Fix da Make Up Forever, apesar de cuspir na nossa cara, parece laca de idosas do bingo, mas para a base. São poderosos usados em separado, em conjunto é para cimentar.
Passei praticamente o ano todo a usar o corrector da Make Up Forever, Ultra HD Self-Setting Concealer. Tem cobertura leve a média e acabamento ligeiro acetinado, tipo pele. É bastante versátil para uso diário, é óptimo para usar debaixo duma base em pó, por exemplo. Não tapa completamente pigmentação mais forte como manchas escuras ou olheiras profundas – aí precisa da ajuda dum corrector de cor. É bastante elástico e por vezes nem senti necessidade de usar pó – pequenas pancadinhas com os dedos e restabelece-se a ordem. Muitas vezes usei-o como base.
Encontrei finalmente um bronzeador com um subtom azeitona, o Cheeks Out Freestyle Cream Bronzer da Fenty Beauty na cor Teddy (credo estes nomes). Como praticamente tudo o que tem subtom azeitona na indústria cosmética, foi criado para peles mais escuras, mas, como é um creme, consigo trabalhá-lo para me servir e acaba por ser a cor mais próxima da minha pele bronzeada, em vez duma aproximação alaranjada ou avermelhada. É um creme mais opaco e denso do que me dava jeito, de acabamento semi-mate. Como é bastante opaco é preciso ter mão leve e trabalhar com camadas muito fininhas para esbatê-lo na pele. Mas caraças se não funciona.
Finalmente descobri a textura quase cremosa e o acabamento luminoso do Luminous Blush da Becca. É uma alternativa excelente para quem quer aquele efeito dewy mas cuja pele mais oleosa não aguenta texturas cremosas, sem enfatizar os poros. A cor Cammelia é um sopro de vida em peles mais baças.
O iluminador I Need a Nude Glow da Natasha Denona não parece nada de especial. É um tom champanhe que se encontra facilmente, e o pó parece demasiado compactado, seco e rígido. Pois que quando se aplica na pele, com cada pincelada começa a revelar um brilho tipo vidro (a tal da glass skin, mas, mais uma vez, sem cremes). Mistura-se perfeitamente com outros produtos, e não desaparece da pele com um rasto de glitter, o que é sempre uma mais-valia.
Nos olhos, na maioria das vezes, recorri a coisas simples, como o efeito glossy da sombra Super Shock em Ritz da Colour Pop, o lápis de olhos Gel Cream Colour Pencil numa cor de vinho (que assim não é preto nem castanho, mas também não dá trabalho de precisão) em Charmer (neste momento não aparece o lápis, mas aparece o pote de eyeliner em gel – Joy Ride é outra opção parecida). No mesmo tom, o rímel Kiko Smart Colour Mascara in 05 foi, mais uma vez, uma alternativa fácil ao preto e ao castanho, numa fórmula simples, que dá algum volume e é duradoura.
Quando quis brincar com cor, a paleta que cantou à minha alma no ano passado foi a So Jaded da Colour Pop. O esquema de cores é fora do comum, tem uma boa variedade de acabamentos, e a paleta, apesar de ter muitas sombras, é pequena o suficiente para eu não a esconder algures numa gaveta – a minha maldição com paletas grandes.
As minhas sobrancelhas têm sido obra do lápis Slim’Matic Ultra Precise Eyebrow Pencil Waterproof da Catrice em 040. O nome gigante tem lá tudo: óptimo para trabalho de precisão mas muito simples de usar, e duradouro – não derrete nem desaparece a meio do dia. E tem um preço muito acessível.
Finalmente, para os lábios, os produtos que mais usei foram os da Lisa Eldridge. Blush foi a minha cor de eleição, sempre que me quis dar ao trabalho de usar algo mais do que batom do cieiro. O lápis de lábios Enhance and Define (na altura exclusivos dos kits) é tudo o que um produto de gama alta deve ser: tem uma cor única, difícil de replicar, e uma fórmula cremosa mas duradoura. O Gloss Embrace parece um destes novos óleos de lábios de nova geração, que nutre os lábios, suaviza a textura (visualmente e ao tacto), é muito leve e não é peganhento, com um brilho bonito e bastante pigmentado.
Neste momento só há alguns batons à venda no site da Lisa Eldridge, e ela faz poucos lançamentos por ano (muitas cores e fórmulas esgotam logo), por isso convém assinar a newsletter.
À altura deste post, por causa do Brexit, não estão a enviar produto para a Europa, portanto teremos de aguardar pacientemente que a poeira assente.