novidades da vida

enquanto me barro de maquilhagem

Make up Reset

Ando a marinar nestes temas há que tempos, e arquitectei um plano que acho que conseguirei cumprir. Pasme-se, o mais difícil tem sido mesmo pôr os pensamentos todos num vídeo de introdução a esta nova “série”.

Neste vídeo falo-vos um bocadinho da minha perspectiva sobre o trajecto dos últimos anos da indústria da beleza – no caso, mais focada na maquilhagem – e como tem sido o impacto na minha vida (tanto como consumidora como como pessoa que tem um canal num canto esquecido da internet em que gosta de falar destas coisas).

No fundo, quero reacender o meu entusiasmo pela maquilhagem – que sinto que tenho perdido com o tempo e as circunstâncias –, e reorganizar-me mentalmente para dar mais prioridade ao que já tenho, e poder resistir com mais assertividade às investidas dos meus impulsos de comprar coisas à maluca. Sim, padeço, e há alturas em que me dá muitas alegrias, outras em que me causa frustração e ansiedade… quero conseguir distinguir as duas antes de gastar o dinheiro, e focar-me no gozo real de quando encontramos aquele achado inesperado, ou finalmente deitamos a unha àquele produto por que andámos a suspirar durante meses.

Portanto vou passar um pano na minha colecção: desfazer-me de muita coisa, mas também dar segundas oportunidades a alguns produtos que ainda me deixam na dúvida, e decantar vários produtos para paletas vazias/paletas magnéticas, para reduzir a ocupação de espaço das minhas gavetas, pondo-os mais “a jeito” na minha mente, fazendo com que não os esqueça num canto qualquer até já estarem impróprios para consumo.
A Teresa Cameira cunhou o termo “destralhar”, que não quero apropriar, mas acho que é óptimo para definir o cerne do que vou andar a fazer nos próximos tempos, tanto às gavetas como à cabeça.

Vai tomar o seu tempo, mas acho mesmo que consolidar a minha colecção vai ajudar-me muito a reequilibrar alguns aspectos desta vida de quem gosta de pintar a cara mas não vive intocada, alheia ou em negação relativamente aos problemas do consumismo.

Isto não quer dizer que vá deixar de comprar coisas novas – é ao mesmo tempo para não esquecer o quão preciosas são as coisas que já tenho, e para fazer compras mais acertadas, que me tragam mais gozo, que estou a fazer isto.

Para saberem mais, é acompanhar o canal.

GRWM — os acontecimentos

hoje não vos trago soluções sagazes. estas são só perguntas, desgostos e pensamentos que se me saíram à frente da câmara enquanto me maquilhava, e dos quais procurei tirar algum sentido escrevendo este artigo.

o (óbvio) contexto

os tempos sempre foram complicados. não vou ficar aqui sentada sobre o meu privilegiado traseiro europeu e fingir outra coisa. admito também, desde já, que não estou ciente de todos os males do mundo, apesar dos meus míseros esforços para me manter informada. sei de vários, e sinto-me em iguais partes frustrada, irada e impotente para saber o que fazer para ajudar.

não costumo embarcar em visões bilaterais redutoras do mundo. bom e mau, quente e frio… muitos males já foram feitos a título de “fazer a coisa certa” (de acordo com quem?), e fazer mal aos outros – directa ou indirectamente, física ou emocionalmente, financeiramente, seja o que for – é um negócio muito lucrativo. por vezes parece ser o mais lucrativo. um negócio sempre em crescimento, que sabe a um rodopio de “mais, mais. mais”. alimenta-se do pequeno egoísmo e da mesquinhez das pessoas, dos seus medos e frustrações, e atiça-as com promessas vãs, o suficiente para as manter na roda do hámster, mas nunca tanto que queiram libertar-se.
mais do que outra coisa, mantém as pessoas suficientemente isoladas para não se darem conta do seu verdadeiro poder enquanto grupo. mas divago (como é costume).

já este mal… bem, este toca aqui mais perto – literalmente, para mim – e, sou franca, as possíveis consequências dos acontecimentos actuais estão a fazer uma festarola com a minha ansiedade. e eu nem sequer estou a ser directamente afectada pelo que está a acontecer…
são tantos sentimentos ao mesmo tempo, há tantas coisas sérias em que nos concentrarmos, tanto por que nos sentirmos responsável, impotentes ou zangados.

porquê fazer vídeos de beleza agora, então?

pode soar a história lamechas (e acho que já falei disto antes, quando a pandemia começou), mas os vídeos do YouTube ajudaram-me imensamente quando tive uma depressão em 2019.
sim, falo por um lado de fazer vídeos – coisa que não fui capaz de fazer durante um tempo, pelo que quando consegui voltar foi um importante marco, indício de uma melhoria da minha saúde mental. quando feito sem demasiada pressão, filmar e editar trazem-me alegria, e tenciono agarrar-me a essa alegria enquanto assim for.
mas, e sobretudo, lembro-me claramente do tempo em que os vídeos me proporcionaram um escape: no princípio, um voz de fundo amiga a falar de coisas simples e “normais” quando não conseguia concentrar-me; e mais tarde a sensação de estar finalmente a voltar a ligar-me ao conteúdo que via.
ajudaram-me efectivamente a manter-me fora da minha própria cabeça, fazendo-me sentir que havia qualquer coisa “normal” para a qual voltar, de certa forma. pessoas apaixonadas pelos seus ofícios e processos criativos sempre foram a minha cena.

como actriz, entretenho os outros. é esse o meu ganha-pão. e encaro esta ocupação como, sim, um serviço público. não é difícil transpor isso para os vídeos que faço por brincadeira.
se eu conseguir proporcionar esse pedacinho de escape, replicar esse sentimento de distração e companhia para nem que seja um espectador que está a passar por qualquer tipo de dificuldade, já valeu a pena.

e não esqueçamos que qualquer forma de auto-expressão pode ser um acto de contestação, capacitação, individualidade, assertividade, logo… liberdade. maquilhagem incluída.

e prontos.

sim, e

tudo isto para dizer que podemos ser muitas coisas ao mesmo tempo. podemos sentir muitas coisas ao mesmo tempo, algumas das quais colidem com ou contradizem outras, até. temos a sorte de não estar nas situações terríveis que testemunhamos todos os dias (e todas as outras ignoradas pela comunicação social), mas podemos ainda assim ter empatia e sentir o coração feito num oito. podemos viver as nossas vidas normais, soltar uma gargalhada descomplicada com amigos, e ao mesmo tempo sentir culpa, ou mesmo sentir um quê de catástrofe iminente (justificado ou não, não interessa. está lá).

podemos ralar-nos com o que se está a passar à vista de todos e ao mesmo tempo começar a compreender situações de que não nos apercebíamos, ou às quais, por quaisquer motivos, não prestávamos atenção. podemos ficar divididos entre acreditar num mundo melhor e constatar que todo o “progresso” que julgávamos ter feito é pouco mais do que fogo de vista… ou, quando muito, que assenta sobre fundações profundamente frágeis, à mercê de qualquer sopro. assim costumam ser as coisas mais preciosas.

detesto o whataboutism (ou, em tuga, o “sim, mas”). nega uma coisa a favor de outra. é inútil, já que as coisas não desaparecem só porque escolhemos ignorá-las ou tirar-lhes prioridade. nem nos devemos dar ao luxo de deixar de ver o contexto todo só porque nos debruçamos sobre um aspecto.

a verdade é que muitas muitas coisas no mundo já estavam mal. muitas muitas coisas estão mal ao mesmo tempo, e convém fazermos as pazes com essa noção.
esta é, sem dúvida, mais uma gota putrefacta na fossa séptica de desespero e escória humana. não é a melhor altura para aquelas hashtags de “fé na humanidade restaurada” se olharmos para o panorama completo.

é terrível assistir a tanta coisa horrível, sabendo que estamos só a molhar os pés num mar de repercussões, cheio de “e ses” desconhecidos a rastejar debaixo da superfície – muito menos me vou pôr com pretensões de achar que sei o que é de facto viver a coisa em si.
parece que os nossos corações são capazes de se partir infinitamente, e ao mesmo tempo parece que estão num ponto em que não aguentam nem mais um suspiro.

por um lado, entendo que não queremos sentir-nos assoberbados, e portanto é um mecanismo de defesa natural; por outro lado, algumas situações podem desafiar-nos a mudar as nossas perspectivas, o que, quando já estamos zangados, assustados e cansados, é um pedido e pêras.

por isso… uma abordagem “sim, e” parece-me muito mais equilibrada.

mesmo que não estejamos no meio da acção, sentirmo-nos assoberbados é o normal: pela onda de choque de algo novo contra o qual não podemos nada; pelo facto de tudo ser tão profundamente confuso e de não haver nem verdades absolutas, nem bem e mal absolutos, nem certo e errado absolutos em que possamos apoiar-nos, mas só as águas turvas da guerra, através das quais, devemos confessar com humildade, não conseguimos ver como deve ser; o sofrimento generalizado e sem fim, o luto, o desperdício de vidas, de potencial para fazermos melhor, para melhorar o que estava a correr bem; a antecipação sufocante das grandes e pequenas consequências, tanto as que estão a desenrolar-se como as que estão por vir; e ainda lidarmos com os nossos próprios vieses, desvendarmos o nosso próprio rol de ângulos mortos, as nossas falhas pessoais, e sentirmo-nos responsáveis e impotentes perante isto tudo.

queremos desligar para nos mantermos sãos e sentimo-nos mal quando o fazemos. queremos escolher uma coisa com a qual nos preocuparmos de cada vez e invariavelmente sentimos que deixamos o raio do mundo ficar mal.

sim, e.

somos muito complexos, cheios de contradições, e a maior parte de nós está a tentar fazer o melhor que pode com a informação e as ferramentas de que dispõe. e podemos aprender a fazer melhor.
permitir a nós próprios e aos outros ser-se vulnerável e bondoso deveria ser O Novo Corajoso, em vez de toda esta treta competitiva de macho, que se aproveita de e espezinha tudo o que se atravessa à sua frente, espezinhando até quem estivesse só na sua vidinha.
no meu mundo ideal, teríamos a humildade para admitir que cometemos erros (tanto em acções como em julgamentos), puxar da determinação para aprender com eles e fazer o nosso melhor para não os repetirmos, e defender briosamente quem quer que seja injustiçado. permitir-nos-íamos não tomar a bondade por fraqueza.

pá, até lá, às vezes tudo o que podemos fazer é respirar. e, sim, pespegar maquilhagem nas fuças.

tomem conta de vocês mesmos. e dos outros.

maquilhagem mencionada (já que “sim, e”):

fiz um “swap” com uma subscritora!

Quando se consegue estabelecer uma ligação única com alguém que nunca vimos, isso é sinal de que é uma época bastante curiosa para se estar vivo…
Já me aconteceu algumas vezes, maioritariamente por causa da dança, mas também, sim, por causa de maquilhagem.
Hoje trago-vos um desencaixotamento (desculpem, não aguento) de uma troca de prendas que fiz com uma subscritora do meu canal, que vive nos Estados Unidos.
Não há palavrinhas para a felicidade que sinto de cada vez que alguém vê os meus vídeos, deixa um comentário, um like. Mas hoje, este vídeo é em especial um hino à Barbara, que fez bem mais do que isso.
Espero que este vídeo vos deixe com um bocadinho mais de esperança na humanidade, à semelhança do que tenho vivido nestes 6 meses de conversa com uma pessoa do outro lado do mundo.

Cliquem para lista de produtos

o arsenal dos retoques

uma pessoa anda na fona dum lado para o outro, a saltar de estúdio em estúdio, e depois vai ali ensaiar e mais nananana… para se manter vagamente decente, a pessoa mantém uma pequena colecção de produtos (alguns bastante prosaicos) sempre à mão — seja no carro ou na mala.

e cá estão eles.

mais sobre os produtos

fiz dinheiros no YouTube, mas fui desmonetizada…

ora bem, este vídeo sai fora do calendário, mas por dois bons motivos: quero partilhar uma boa notícia e começar uma conversa…

no grande espectro das coisas, isto são só migalhas, mas na maioria dos casos, um vídeo de YouTube tem mais envolvido do que os 10 ou 15 minutos (ou, vá, 25, se forem faladores como eu) que se vêem no ecrã.

primeiro a boa notícia: ao fim de mais de 3 anos no YouTube, finalmente recebi o meu primeiro pagamento dos anúncios que passam antes dos meus vídeos! sim, estou 72€ mais rica! e como foi graças ao facto de VOCÊS aguentarem os anúncios até ao fim, quero que façam parte do processo de decisão e me digam no que devo gastar o dinheiro, portanto ponham os cérebros a carburar e deixem-me as vossas sugestões nos comentários do canal (para ficar tudo centralizado no mesmo sítio).

a segunda parte é mais séria: o meu canal não cumpre os novos requisitos do YouTube para continuar a ter anúncios. Será, portanto desmonetizado em breve.
conquistas como a de acima ficam um bocado mais longe, e não posso ir acumulando uns poucos cêntimos com os vídeos que já fiz e que vou fazer até estar de acordo com os novos critérios (vou, assim, perder rendimento com vídeos futuros, bem como alguns antigos que continuam a ter tráfego, que poderiam continuar a “pingar”).

no entanto, não é isso que me encanita mais: é o princípio da coisa. é a sensação de discriminação.
não fui afectada por aí além, mas pequenos YouTubers que tenham mais tráfego do que eu e consigam obter algum dinheiro dos anúncios, podem, se estiverem no limiar dos números, perdê-lo. entendam que os vídeos antigos vão ser desmonetizados também. se alguém tem um vídeo que estava a contribuir de forma relevante para o acumular de rendimento, vai parar de o fazer. há vídeos que são muito relevantes mas apenas por um curto período de tempo: se não estiverem monetizados quando saírem, depois já não vão render…
e isso, para quem tenha baixos rendimentos, pode ser uma razão para deixarem sequer de criar conteúdo. fazer vídeos é mais do que a ideia romântica de “basta uma telemóvel com câmara e uma janela”, requer tempo e, sim, em alguns casos como nos vídeos de beleza, algum dinheiro.

e os cêntimos que vão ser cortados aos milhares de pequenos YouTubers vão parar onde, perguntam vocês? responderam vocês muito bem: aos grandes.
não me parece uma boa “democratização da publicação” (parafraseando Matt Mullenweg).

na minha perspectiva, é simples: se tens uma visualização e o espectador quis aguentar um anúncio por TI e pelo TEU conteúdo, aquela fracção de cêntimo é TUA. pode não render tanto quanto mereces ou esperavas, mas trabalhaste para o ter.
mas isto sou eu e eu não mando no YouTube.

os meus objectivos pessoais mantêm-se: um dia conseguir ter rendimentos através do canal que paguem as despesas que tenho com ele e poder, quiçá, investir em coisas melhores — sempre para o canal. isto foi um passo atrás (ou para o lado), mas para a frente é o caminho e ainda tenho pés para andar.

posto isto, se queremos apoiar pequenos YouTubers, o que fazer?

  1. dar-lhes o nosso tempo:
    – subscrever o canal,
    – ver os vídeos até ao fim (o algoritmo está sempre à espreita),
    – dar prioridade aos pequenos sobre os grandes quando temos pouco tempo,
    – fazer binge-watching dos vídeos que estão para trás,
    – ver os vídeos mal saiam (muitos têm horário fixo de publicação, é fácil saber com o que contar);
  2. orientar uns trocos: se o canal tiver publicidade e o anúncio tiver um tamanho decente, não custa vê-lo até ao fim.
  3. estar presente: fazer comentários, deixar feedback quando é pedido, dar sugestões de conteúdo que gostavam de ver, são tudo formas de dar apoio que podem ser uma lufada de ânimo;
  4. espalhar a palavra: se gostas, partilha o amor e avisa os teus amigos de que aquele canal tem coisas que podem interessar-lhes (os mesmos problemas de pele, o mesmo gosto em maquilhagem, roupa, tipo de jogos, dicas de costura, o que for!)

os líquidos e a bagagem de cabine

se padecem do mesmo problema que eu — ter de mandar a bagagem de 3 dias para o porão porque os líquidos e a segurança —, peguem na vossa bebida preferida e saibam como dei a volta à questão sem abdicar dos meus queridos produtos que mantêm a minha cara do lado de cá do ataque de nervos.

Continue a ler “os líquidos e a bagagem de cabine”

confissões de uma beauty YouTuber — tag

recebi um pedido carinhoso de uma pessoa que não conheço de lado nenhum para falar um pouco mais acerca de mim através da tag “Confessions of a Beauty YouTuber”. apesar de o título ser um bocado pretensioso, as perguntas são giras e obviamente que o problema passou a ser eu não conseguir fechar a matraca.

se me querem conhecer melhor, é pegar numa jola e carregar no play.

cleansers: Clinique vs. The Body Shop

o bálsamo de limpeza Take The Day Off da Clinique é reconhecido e recomendado por muita gente, inclusive pela minha guru de tudo-o-que-tem-a-ver-com-pele, a Caroline Hirons. eu tinha de o experimentar e compará-lo directamente com os meus favoritos de há anos, o óleo e a manteiga de limpeza da linha de Camomila da The Body Shop.

ambos os produtos são excelentes para fazer a primeira limpeza, derretem a maquilhagem, SPF e poluição da pele, deixando-a preparada para uma limpeza aprofundada com um segundo cleanser.

aqui vão as minhas postas de pescada acerca destes produtos.

 

Onde comprar:

A Clinique está em todo o lado, da Sephora ao El Corte Inglês, à Perfumes e Companhia. Convém é comparar os preços com lojas online de confiança como a Feelunique (que tem o bálsamo por menos quase 10€ do que se vende cá em algumas lojas físicas).

A The Body Shop tem lojas também espalhadas pelo país, e, sendo Portugal o Portugal que é, o site deles em PT é cocó e não tem loja online… Portanto para comprar os produtos desta marca têm mesmo de sair à rua.